quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Dark Lords de Ravenloft - Tristen ApBlanc


Aconcheguem-se em torno da fogueira, aventureiros, pois o Bardo lhes contará a história de um dos mais infames diabos que perambulam pela terra amaldiçoada de Ravenloft.

Uma história de traição e vingança,  como muitas outras na terra das brumas.

Segurem seus canecos, bebam sua cerveja, e não olhem muito tempo para as sombras. 

O fogo os protegerá! 


 Tristen ApBlanc é um homem verdadeiramente amaldiçoado: durante a noite ele "vive" como um fantasma, e de dia torna-se um vampyro (não confundir com "vampiro": ambos têm caninos proeminentes e bebem sangue, mas os vampiros são mortos-vivos e temem a luz do sol, e por este motivo precisam se esconder durante o dia, enquanto que os vampyros estão vivos e não são afetados pela luz do dia, e por este motivo conseguem se misturar mais facilmente à população normal). 

Sua história é confusa e trágica: seu pai era um nobre guerreiro de nome Rivalin ApTosh, e sua mãe era a belíssima Flora ApBlanc, do clã que governava a terra de Forfar, na cidade de Birnam. 

Rivalin, bravo guerreiro, foi gravemente ferido e dado como morto em uma batalha, e seu corpo não foi encontrado por seus companheiros de exército, estando parcialmente submerso em um lamaçal no campo onde se travou a peleja. 

À noite, ainda prostrado por estar muito ferido, foi visitado por um vampiro que alimentou-se de seu sangue e, consequentemente, o amaldiçoou. 

Agora um recém-tornado vampiro, horrenda criatura das trevas, Rivalin foi uma noite reencontrar-se com sua amada Flora. Tão compreensiva era a doce Flora que seu amor venceu o medo pelo que Rivalin se tornara. 

Enamorados, eles passaram a se encontrar todas as noites, em segredo. 

Parecia que tudo ficaria bem, pois o amor que os unia era tão forte que Rivalin conseguiu por algum tempo conter seus impulsos hematófagos. 

Ao menos por um tempo.

Infelizmente, não tardou para que o instinto demoníaco de sua natureza vampírica sobrepujasse o lado humano, e Rivalin começasse a se alimentar de Flora, mas somente um pouco de cada vez, de modo a não machucá-la - ou assim o jovem Rivalin pensava. 

Mal sabia ele que sua mordida lentamente infectava seu filho - que ia crescendo no útero de Flora. A pobre criança, ainda não nascida, estava desde já condenada ao vampirismo! 

E, para piorar, mais dia, menos dia, Rivalin não conseguiu mais satisfazer sua sede de sangue com Flora: começou a caçar e a se alimentar de seres humanos em Birnam. 

Mais e mais pessoas foram desaparecendo na cidade e em seus arredores, e logo os chefes de clãs entenderam que um terrível mal assolava aquela terra, e se organizaram para caçá-lo. Como Rivalin não era um vampiro experiente, foi fácil matá-lo em uma emboscada durante o dia, momento em que o filho da noite se encontrava mais vulnerável.

Os bravos guerreiros dos clãs voltaram à cidade em triunfo, carregando a cabeça e o corpo do vampiro - devidamente separados, conforme mandam as lendas ancestrais.

Ao ver a reação desesperada de Flora perante o corpo decapitado do vampiro, o povo não tardou a ligar aquela atitude à gravidez (já notável) da nobre dama, e logo os boatos correram de que Flora, do respeitável e nobilíssimo clã ApBlanc, carregava em seu ventre uma criança amaldiçoada. 

Mas os boatos permaneceram apenas boatos, ao menos por um tempo. E o povo, desconfiado, mas sem tomar nenhuma atitude, por medo de eventuais represálias do clã mais poderoso da região.

Não muito depois, nasceu Tristen, apelidado de "o Belo". Flora insistia que Tristen não era um vampiro, mas o povo ficava cada vez mais inquieto, temendo a natureza maligna da criança recém-nascida. Até que, um dia, não puderam mais se conter e resolveram fazer justiça com as próprias mãos: em grande multidão  invadiram o castelo ApBlanc visando matar o jovem Tristen, ainda um bebê. Flora conseguiu sorrateiramente escapar com seu filho para a floresta, e logo entregou-o a Rual, uma druida que naquele exato momento estava meditando embaixo de um carvalho sagrado. Rual aceitou a missão que lhe foi confiada e escondeu-se com o bebê. Flora ficou para trás  para encarar a multidão raivosa - e terminou enforcada naquele mesmo carvalho. Mas o povo não estava satisfeito. Ainda era necessário eliminar o filho do vampiro. 

Puseram-se floresta adentro, para caçar o jovem Tristen, adentrando o domínio sagrado dos druidas.

Assim, para evitar o assassinato de uma criança (até então) inocente, o arquidruida da região encarou a  multidão e acalmou os ânimos do povo, dizendo que ele é quem determinaria o destino do jovem ApBlanc, e designou Rual para criá-lo entre os druidas.

A atitude do druida - e a morte de Flora - apaziguaram a ira do povo, e a multidão se dispersou.

O assunto foi, de certa forma, esquecido.

Os anos passaram e Tristen cresceu e foi instruído em diversas artes por Rual, tornando-se um jovem belo e forte, bom em tudo o que fazia. 

Entretanto, a druida Rual havia sido cautelosa, pois sabia que o pai de Tristen havia sido um vampiro, e por este motivo não o ensinou a usar as magias druídicas, prudentemente temendo que o rapaz carregasse a maldição de seu pai. 

Quando Tristen era um adolescente, os temores de Rual se confirmaram: certa noite, ela viu o rapaz alimentando-se do sangue de uma corsa que ele mesmo havia caçado e matado. 

Tristen percebeu que havia sido descoberto, e, temendo o pior, resolveu antecipar-se à situação. Atacou Rual de surpresa, no dia seguinte, enquanto ela meditava à sombra daquele mesmo carvalho onde anos antes sua mãe, Flora, havia sido enforcada. 

Tristen cravou as presas no pescoço da druida e, pela primeira vez, experimentou sangue humano. Sua transformação em vampiro estava completa. Tristen havia se tornado plenamente uma criatura da noite, entregando-se à sua natureza demoníaca.

Porém, em rápida reação ao ataque, Rual enfiou um chifre abençoado de cervo no peito de Tristen, causando-lhe muita dor e fazendo seu sangue escorrer. E para o eterno tomrmento de Tristen,  o sangue de Rual estava repleto de água benta - ela havia resolvido se purificar antes da meditação bebendo um pouco da água sagrada. Com isso, seu sangue se tornara venenoso para Tristen, o que lhe causou ainda mais dor e sofrimento. O jovem vampiro estava morrendo envenenado pela água benta no sangue de sua vítima. Furioso e tomado por dores lancinantes, Tristen atacou e praticamente destruiu o corpo de Rual. Em suas últimas palavras, a druida amaldiçoou o vampiro, dizendo que ele se tornaria prisioneiro daquele lugar, e que ele morreria novamente a cada pôr do sol.

Acontece que ao beber o sangue "contaminado" com água benta, Tristen estava, sem saber, se curando de sua maldição herdada do pai. Porém, com o último desejo de Rual, ele recebeu uma maldição ainda pior. Com dores agonizantes, Tristen morreu sob a sombra daquele carvalho, porém seu espírito logo levantou-se de seu corpo, na forma de um fantasma. 

Tristen logo percebeu que era incapaz de se afastar muito do carvalho sagrado. E, ao raiar do dia, foi irresistivelmente tragado de volta para seu corpo, e ressuscitou como um vampyro (ou seja, não mais um morto-vivo). Mesmo de volta em seu corpo, Tristen não conseguia sair daquela região - as árvores pareciam esticar seus galhos e ramos para impedir sua passagem. A maldição de Rual havia sido bastante poderosa. Ao pôr do sol, em meio a dores terríveis, Tristen morreu novamente, e ressurgiu como fantasma, e na manhã seguinte voltou a seu corpo, e assim sucessivamente, por muitos e muitos anos.

Um dia, cansado de sua prisão e na esperança de libertar-se, Tristen ateou fogo à floresta. O incêndio devastou boa parte das árvores e metade da cidade de Birnam, mas não adiantou. Furioso, com sua vontade maligna ele cria e controla um exército de lobos que se tornam o terror das cidades próximas. Por muitos anos estes lobos aterrorizam camponeses e caçadores, um terror aparentemente sem fim. Todos aprendem a evitar a parte da floresta onde Tristen vive aprisionado por sua maldição. 

Com o passar do tempo, todas as pessoas importantes na vida de Tristen morreram velhas, e aos poucos ele foi sendo esquecido. Os últimos senhores do clã ApBlanc morreram sem herdeiros, e o governo passou para o clã ApFittle.

Duzentos anos depois, disfarçado de menestrel, Tristen surge diante do chefe dos ApFittle e clama os terrenos pertencentes aos ApBlanc. Ele mente dizendo ser um primo distante do clã - e passa a ser conhecido apenas com a alcunha de "o menestrel ApBlanc". Nestes 200 anos, Tristen foi juntando uma fortuna roubando moedas e jóias das pessoas que ele próprio ou seus lobos matavam na floresta, e com este dinheiro pagou pedreiros de Birnam para construírem uma grande torre próxima ao carvalho sagrado (o qual era o centro de sua maldição - ele não conseguia se afastar mais do que 100 pés daquele carvalho, e por isso sua torre foi construída ali). Ninguém teve coragem de perguntar àquele misterioso jovem de onde vinha sua fortuna e nem porque ele queria que sua torre fosse construída naquela floresta amaldiçoada.

Após a torre ser construída, Tristen começou a receber convidados em seu novo lar, e publicamente assumia o papel de um jovem nobre, agradável e hospitaleiro, ooferecndo frequentes banquetes e organizando festas, nas quais seus diversos talentos impressionavam a todos, e ninguém suspeitava de sua verdadeira natureza. 

Logo, seus olhos fixaram-se na bela Isolt, uma jovem devota  a Diancecht, o deus da cura. Apesar de sua fidelidade pétrea a seus votos clericais, Isolt foi convencida a casar-se com Tristen. O casal teve dois filhos, Gilan e Morholt. e uma filha, Brangain.

Gilan morreu aos doze anos, devorado por lobos. Isso foi por obra de Tristen, que lançou seus servos lupinos contra o cão de caça de Gilan, e o garoto sacrificou-se para proteger seu cão.

Morholt foi assassinado aos dezoito, também pela mão de Tristen: um clérigo amigo de Morholt estava passando a noite na torre, e o vampyro o considerou uma ameaça, e o atacou mortalmente enquanto estava na cama - mas sem saber que Morholt havia trocado de quarto com seu amigo, por cavalheirismo - partindo-o ao meio com sua espada.

Brangain desapareceu misteriosamente aos vinte e dois. Ela havia se tornado devota de Diancecht, o deus da cura, assim como sua mãe Isolt. Tristen a obrigou a renunciar sua fé, mas a moça bravamente recusou-se, ao que o pai mandou aprisioná-la em um calabouço no subterrâneo de sua torre. Após um ano de cárcere, Brangain desapareceu. Nem mesmo Tristen sabe o que houve.

Com a perda de seus três filhos, Isolt suicidou-se, atirando-se de uma janela no alto da torre. 

Pouco a pouco, os servos do castelo foram morrendo, desaparecendo misteriosamente, ou até mesmo abandonando seus postos e fugindo. A torre, que já possuía uma má reputação devido a sua localização, agora era vista como sendo mal-assombrada pelo povo da região. O próprio Tristen ApBlanc viveu lá sozinho por mais algum tempo e então também desapareceu. Rumores diziam que ele havia resolvido acompanhar sua esposa, tendo se suicidado também. 

A torre ficou vazia por mais de cinquenta anos. 

Muitos rumores acerca de fantasmas mantinham a maioria das pessoas afastadas. Uns poucos incautos que se atreviam a invadir a torre abandonada para apoderarem-se de quaisquer tesouros que lá estivessem nunca voltavam para contar o que viram. Aquele era, sem sombra de dúvidas , um lugar de trevas.


Um dia, um jovem que alegava ser neto de Brangain ApBlanc apareceu e clamou a posse da torre e as terras ao redor. Ele tinha provas documentais de que era herdeiro do clã ApBlanc. Obviamente, ele era ninguém menos do que o próprio Tristen, que assumira uma nova identidade para apaziguar quaisquer suspeitas acerca de sua natureza. 

Com a permissão do clã ApFittle, Tristen, disfarçado, tomou posse da torre, e a ampliou, transformando-a em um grande castelo, digno de um rei. 

Reuniu então um exército de criminosos locais, e fortificou ainda mais o castelo, atraindo a ira do clã ApFittle, que nada podia fazer, pois já estava ocupado com outras guerras na região e não dispunha de recursos para enfrentar os homens de Tristen, além do aumento exponencial no número de monstros que vinha ocorrendo naquela terra: lobos imensos e inteligentes - worgs - e até mesmo aberrações ainda piores. 

Quando as obras em seu castelo terminaram, Tristen exigiu que o clã ApFittle renunciasse ao governo da terra de Forfar. Obviamente os ApFittle reagiram, e uma guerra civil foi instaurada. 

A guerra foi linga e sangrenta, e eventualmente o vampyro e seus exércitos do terror venceram. Os ApFittle sobreviventes foram trancafiados nas masmorras de seu castelo por muitos anos, perecendo lentamente nas mãos do diabólico Tristen ApBlanc. 

Sete anos depois, o último sobrevivente do clã, o paladino Andrew ApFittle, foi torturado e finalmente executado. Com isso, Tristen declarou-se oficialmente o novo senhor de Forfar. Revelou sua verdadeira natureza e preparou-se para governar a terra com mão de ferro.

Porém, seus crimes há muito haviam chamado a atenção dos Poderes Sombrios. Logo após a execução de Andrew ApFittle, o castelo ApBlanc e boa parte das terras ao redor foram tragados para Ravenloft, e todos os seres humanos que lá viviam (exceto os druidas) foram transformados em Goblyns - terríveis paródias de seres humanos, criaturas deformadas e cruéis.

Tristen demorou setenta anos para conseguir dominar os clãs de goblyns que agora compunham seu domínio. Quando os dominou, iniciou uma campanha de terror contra os druidas, numa tentativa de vingança contra Rual, a responsável por sua maldição. O vampyro acredita que matando os últimos druidas que sobraram em suas terras, sua maldição seria revertida. 

Ele está até hoje tentando, sem sucesso e sem esperança. Ele acredita que se livrará da maldição se matar todos os druidas, ou se profanar a campina sagrada (onde ele está preso por sua maldição, em um raio de 100 pés ao redor do carvalho onde sua mãe foi enforcada), ou se destruir todos os símbolos e textos e quaisquer coisas referentes às divindades druídicas, ou se conseguir banir o fantasma de Rual (a qual ainda assombra o castelo).

Sua maldição é, portanto, todos os dias reviver sua morte dolorosa, sendo um vampyro durante o dia, morrendo uma morte angustiante ao pôr-do-sol, e levantando-se como um fantasma à noite. Além disso, Tristen é incapaz de se afastar mais do que cem pés do Carvalho Sagrado, o que o faz estar preso ao seu castelo (o qual foi construído obedecendo este raio de cem pés em torno do Carvalho).


Mal sabe ele que, se destruísse o carvalho sagrado, estaria livre de seu tormento...


5 comentários:

  1. Muito obrigado, nobre bardo, por compartilhar essa história. Eu não a conhecia em tantos detalhes. É incrível como os personagens do Ravenloft clássico são ricos. Quanto mais lemos essas histórias, mais nos angustiamos a ver o que foi feito com o cenário nos últimos anos.

    A maneira de lidar com isso é nos lembrarmos do verdadeiro Ravenloft, e seu blog tem contribuído muito para tanto. Dou-lhe os parabéns e também meus agradecimentos. Espero que esses textos cheguem também aos mais jovens, que não tiveram a oportunidade de conhecer a Terra das Brumas como nós a conhecemos.

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    1. Obrigado pelas palavras, nobre amigo.

      Essa história é a que está no boxed set "Castles Forlorn", e já tenho um post no forno com a resenha desse suplemento.
      Com o tempo irei montando este humilde repositório da lore de Ravenloft clássico. Os personagens daquela época são bem mais ricos que os da 5e, e só de escrever esse post já tive idéias para umas 5 aventuras, contos, romances, hahaha Infelizmente não posso publicar porque a warlocks of the coast governa com mãos de ferro suas propriedades intelectuais, mas nada impede de escrever aventuras com personagens semelhantes... O que falta é tempo.

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  2. Gronark, o Senhor do "Amor"21 de setembro de 2023 às 12:38

    Meus Bruxos da Costa atualizaram as histórias dos Dark Lords de Ravenloft. Agora todos eles são seres “incompreendidos” que são meras “vitimas da sociedade”. Agora o D&D finalmente foi corregido, com todas as espécies sendo meramente humanos com chifres, orelhas pontudas ou de tamanhos diferentes. Sem falar que na última aventura oficial foi declarado que os “mestres” precisam pedir o “consentimento” dos jogadores para poder transformar seus personagens em outras coisas. Imagine jogar Ravenloft e poder parar qualquer coisa ruim que vá acontecer com o seu personagem apenas levantando um cartãozinho vermelho com um X. O amor venceu o ódio no final, HAHAHAHAHAHAHA

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    1. Suas profanações não têm lugar na Terra das Brumas, maldito demônio! Um dia, encontrarei uma forma de selar você em um domínio de Ravenloft e seu tormento será ter que viver eternamente junto de seus cultistas "amorosos".

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    2. Ó, demoniozinho requenguela.... Quando irá aprender que sua laia e seu "mestre" já nasceram fadados ao fracasso e à derrota?

      (Pior que já vi essa história do cartãozinho vermelho em algum lugar, acho que naquele canal "diversity and dragons"...Que negócio ridículo. Me faz lembrar aquela recomendação daquele post lendário do Tyler the creator - just look away from the screen - se a situação imaginária (ênfase no "imaginária") retratada na mesa do joguinho te faz se sentir mal, então saia da mesa, não jogue, vá procurar outro hobby, invente que o seu personagem foi embora, ou encontrou um emprego fixo e se aposentou da vida de aventureiro, e parta para outra, ora pois! É só um jogo!
      Uma vez tive a infelicidade de (ingenuamente) ouvir um podcast de RPG (que não mencionarei aqui, para não dar ibope) que eu senti tanta vergonha alheia das groselhas e baboseiras que o host estava dizendo que até cheguei a escrever o rascunho de uma aventura diametralmente oposta ao que o gajo dizia que era "a maneira certa" de escrever fantasia... um dia talvez eu publique, está na fila)

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