domingo, 25 de julho de 2021

Armas medievais - Maças e Estrelas da Manhã

 Bem-vindos, aventureiros, para mais uma conversa sobre armas da idade média!


Usadas desde muito antes da era Cristã, as maças eram armas pesadas usadas como se fossem porretes ou clavas. Não requeriam muita habilidade (ao contrário de espadas, por exemplo), bastando a força bruta do atacante e um mínimo de bom-senso para serem usadas. Eram baseadas no princípio da
Quantidade de Movimento (QM = m*v), ou seja, no efeito devastador de uma grande massa (m) se movendo a uma velocidade (v) elevada. 

Tendo a maior parte de seu peso concentrada na "cabeça", as maças criavam momento facilmente quando movimentadas - por conta do deslocamento mais eficiente do centro de gravidade, a cabeça, que era "alavancada" pelo cabo - proporcionando um bom impulso para os ataques, que tendiam a ser potentes, somando a força do atacante ao peso da arma.

As maças geralmente consistiam em um cabo, geralmente feito de madeira ou ferro (ou, mais raramente, osso), e uma cabeça feita de pedra ou de algum metal, como cobre, bronze, ferro ou aço. 

As de pedra eram bastante pesadas e por isso raramente usadas. (e creio que quebrassem mais facilmente)

As de bronze eram mais leves e resistentes, e com a invenção das tecnologias de fundição de metais, as maças passaram a ser muito mais facilmente fabricadas. Com o aprimoramento da metalurgia, surgiram as maças de ferro e de aço.

(na humilde opinião deste bardo que vos escreve, elas poderiam ser fabricadas de forma "inteiriça", ou seja, usando apenas um molde onde seria despejado o metal fundido, fazendo com que o cabo e a cabeça da maça fossem uma só peça, mas não encontrei nenhum texto que falasse especificamente disto em minha pesquisa...)

As cabeças das maças eram uma das fontes do poder destas armas (a outra fonte era o braço do guerreiro que as manejava) e estas geralmente possuíam saliências ou até mesmo espinhos para adicionar um poder perfurante ao ataque e com isso furar armaduras e escudos e atingir inimigos. 


Estas maças com espinhos eram mais usadas principalmente na região que conhecemos hoje como Alemanha e recebiam o nome de Morgenstern (Estrela da Manhã).

Muitas das maças que vemos em museus hoje em dia são bastante esculpidas e adornadas, e provavelmente não eram usadas em luta: eram armas apenas "cerimoniais", geralmente não apropriadas para combate por conta de diversos fatores - por exemplo, poderiam ser feitas de metais nobres, como o ouro e a prata, que não servem para o combate por serem muito maleáveis (embora a prata possa ser usada contra lobisomens e vampiros...). Maças deste tipo são símbolos de nobreza, poder e autoridade. 

Vejam o exemplo abaixo (a maça oficial do Marechal da Polônia):



Importante não confundir as maças (em inglês "maces") com os manguais ("flails") , que eram armas semelhantes às maças, mas em que a "cabeça" estava presa ao cabo por correntes ou tiras de couro, e serviam para atingir inimigos por trás de escudos. 

Um dia lhes contarei um pouco mais sobre os manguais...

Isto é um Mangual!


Em suma, as maças eram excelentes armas para guerreiros com pouco treinamento e poderiam ser usadas, por exemplo, pela milícia civil de uma cidade durante uma invasão para dificultar a vida do inimigo.

Sendo assim, se eu fosse o rei, eu publicaria um decreto ordenando aos homens da população civil que se armassem de maças e mantivessem um mínimo de condicionamento físico para manejá-las (ferreiros certamente não teriam problema com isso!)

No jogo, eu consideraria as seguintes jogadas de dano para este tipo de arma:

Maça de cobre > dano mínimo: 1d4 (+modificador de força)

Maça "padrão" (bronze) > dano mínimo: 1d6 (+modificador de força)

Maça de ferro > dano mínimo: 1d8 (+modificador de força)

Maça de Aço > dano mínimo: 1d10 (+modificador de força)

Morgenstern, de qualquer metal: dano + 2 (não mágico)

Se por acaso o seu jogo usar um sistema em que as armas têm um limite de uso por conta da resistência do material de que são feitas, eu consideraria que as maças de cobre quebrariam após 20 combates e as de bronze após 40 combates. As de ferro e de aço eu consideraria inquebráveis, a não ser em casos muito específicos definidos pelo mestre (mas nunca joguei com um sistema assim, embora ache interessante)


Até a próxima, aventureiros! 

Levem sempre um rosário!