quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Quem são os seguidores do Bardo?

 Caríssimos aventureiros, taverneiros e ferreiros, 


Meu humilde blog foi iniciado em 2019, pela necessidade que senti de escrever sobre RPG: cansei de ser apenas um jogador, e desejei ser também produtor de conteúdo "RPGístico". 

Claro que a vontade veio um tanto tarde: não pude aproveitar o "boom" dos blogs dos anos 2010 (creio que a época entre 2010 e 2016 tenha sido o auge dos blogs, especificamente os de RPG. Aqui no Brasil tínhamos o Dragão Banguela, a Guilda OldSchool, entre outros, e talvez centenas de blogs pequenos que eram apenas "diários de campanha" de diversos grupos de jogadores por aí. 

Porém, cada coisa tem a sua época, e um dia isso acabou. Muitos blogs não são mais atualizados há anos, foram simplesmente abandonados, muitos deles da noite para o dia, sem qualquer explicação por parte de seus autores. Em parte porque as pessoas desistem de escrever, em parte porque simplesmente param de jogar RPG, e em parte pelo relativo abandono da plataforma blogger pelo Google.

Meu blog é pequeno, sem nenhuma pretensão de sucesso comercial, e iniciou com a intenção de escrever apenas sobre Ravenloft, que é o cenário que eu mais gosto. Na minha opinião, o melhor cenário de AD&D. Porém, não muito tempo passou e eu percebi que não daria para escrever somente sobre Ravenloft, pois por mais rico que o cenário seja, ao menos a princípio, eu não teria paciência para ficar escrevendo só sobre isso. Veio aí a idéia de escrever também sobre literatura gótica e terror gótico em geral, mas até mesmo estes assuntos são muito limitados. Eu não sou tão fissurado assim nestes temas a ponto de conseguir dedicar longos textos ao assunto. 

Aos pouquinhos fui incorporando o medievalismo, ou seja, passei a escrever sobre História, com foco na Idade Média, a qual é, na minha opinião, um dos períodos mais fascinantes e injustiçados da história da humanidade. Daí comecei a escrever sobre armas, reinos que não existem mais (os "reinos esquecidos") e, mais recentemente, comecei a escrever sobre figuras históricas importantes do período medieval (a série "Heróis do Mundo Real"). Mais recentemente ainda, comecei a escrever análises críticas de ilustrações de fantasia medieval, e pretendo ampliar este tema para analisar também iluminuras medievais, aprofundando meus próprios estudos sobre simbolismo e, obviamente, Idade Média (baseio meus estudos sobre o período Medieval principalmente nas obras de Jacques Le Goff, Otto Maria Carpeaux e Marc Bloch, e pretendo aprofundar os estudos sobre simbolismo nas obras de Carl Jung, e também nas obras alquímicas de Paracelso, Nicolas Flamel - sim, tais obras existem - e quaisquer outros autores que me interessarem). 

São assuntos que eu gosto de ler, mas que na vida real não tenho muitas pessoas com quem conversar a respeito, e por isso escrevo aqui. 

Com o tempo, também passei a escrever livros de RPG, e os publiquei no drivethruRPG (site estrangeiro), e também os vendia no Brasil através do Dungeonist, mas o site infelizmente acabou (pelo menos da forma como era antes, em que funcionava como um marketplace - agora o site quer fazer uma "curadoria" dos trabalhos publicados, e no momento isto não me interessa muito, pois prefiro a liberdade de escrever e publicar da forma que eu quiser, até porque não vivo de vender livros, trato apenas o pouco dinheiro que ganho com isso como uma pequena renda extra que vem a conta-gotas). 

No momento estou à procura de outros sites onde possa publicar meus livros. Por enquanto há 1 livro publicado no itch.io, mas não achei o site muito adequado para isto. Há outros livros em andamento, mas ainda devem demorar a sair, pois estou numa fase mais exigente da vida, e estas coisas ficam em segundo plano. Por isso que meu blog não tem uma regularidade de postagens.


Dito isto, meu blog permanece pequeno, bem longe do sucesso de um "Dragão Banguela" da vida, mas para mim está bom. 

Não tem muitos acessos por dia, e a maioria das pessoas que lêem apenas "lurkam" por aqui, sem nunca comentar (obrigado aos meus comentaristas assíduos, Odin e Gronark, e aos anônimos que de vez em quando comentam, e também ao Tony, que acho que foi o primeiro ou o segundo a comentar por aqui), mas o número de seguidores aumentou. 

Bem devagar, mas aumentou. 

Hoje, tenho 8 seguidores:


Percebo interesses variados, alguns seguem vários blogs, outros somente o meu. O elemento comum é o gosto por RPG e/ou literatura fantástica.

Assim, faço estas perguntas a meus seguidores: 

Como encontraram meu blog, e o que gostam nele? 

Têm alguma sugestão de assunto/postagem/Tema? 


Efusivos abraços a todos!

Que o Senhor os acompanhe!


## EDIT: Desde que fiz este post, perdi um dos seguidores. Com isso, voltei a 7, uma marca que já tenho há alguns meses.

#EDIT2: ganhei outro seguidor, voltei para 8!

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Ilustrações de Fantasia II - O Senhor dos Anéis (arte "pré-Peter Jackson") (2)


 

Saudações, aventureiros!

Após mais um grande intervalo, eis que retorno a este humilde recinto para tirar a poeira e as teias de aranha. Acontece que a vida tem me exigido muito, e sobra pouco tempo para escrever neste blog bardesco (fora a preguiça, é claro, e a falta de inspiração).


A exemplo do último post sobre ilustrações de fantasia (tema que pretendo transformar em uma "série" de posts, sendo que este é o segundo até o momento), trago-lhes mais esta bela ilustração de O Senhor dos Anéis, representando o duelo entre a heróica Éowyn, filha de Théoden (nesta cena recém-saída de seu disfarce de Dernhelm), contra o terrível Rei-Bruxo de Angmar


Esta ilustração foi feita muito tempo antes dos filmes dirigidos por Peter Jackson, e de autoria dos irmãos Hildebrandt (famosos ilustradores americanos de fantasia e ficção científica). Gostei especialmente das cores, as quais estão mostrando bem o conflito entre luz e trevas, através da transição entre a parte de baixo, sombria, e a parte de cima da ilustração, mais iluminada, onde ocorre o principal da ação do duelo. 

Vemos o contraste entre as forças antagônicas do bem e do mal: de um lado temos Éowyn, representando as forças do bem, com sua armadura clara coberta por camisa branca, o rosto à mostra e iluminado pelo sol, empunhando uma espada (arma normalmente usada para simbolizar a justiça e o bem - "espada da Justiça", "espada da Verdade") e segurando um escudo (outro símbolo normalmente usado para representar o bem, geralmente sob a forma de "escudo da Virtude" - para representar o fato de que exercitar a Virtude é um fardo neste mundo de provas e expiações em que vivemos, mas que este fardo nos protege do das forças do mal). 

Do outro lado, temos o Rei-Bruxo de Angmar, trajando seu manto escuro, com o rosto oculto em sombras, vestindo sua pesada coroa de ferro (notem que ela realmente pesa na ilustração), e empunhando uma maça-estrela (geralmente a maça-estrela representa o mal em ilustrações de fantasia, provavelmente por conta de ser uma arma "bruta" e que requer pouca habilidade para ser usada a contento - ao contrário de uma espada, que é "fina", "elegante", e requer habilidade e disciplina para ser usada - ou seja, através da espada temos simbolizado o triunfo da mente sobre o corpo - a disciplina, o Bem - enquanto a força bruta da maça-estrela simboliza o domínio da força sobre a razão - o Mal. 

A metade inferior da ilustração mostra dois soldados mortos, trajando suas armaduras. Estão imersos em sombras, o que talvez reforce o simbolismo da morte - e também deixa como se os caídos em batalha estivessem sob a sombra do Rei-Bruxo. Ao fundo, as montanhas são tocadas pela luz do sol - talvez a esperança no futuro. As nuvens negras no céu representam a força do mal, que naquele momento da história parece invencível (Théoden está morto, Minas Tirith está cercada, e os orcs e homens corrompidos por Sauron são muito mais numerosos que as forças dos homens de Gondor e seus aliados). No próprio livro é dito que o céu se fecha com a presença do rei-bruxo, e que o sol brilha um pouco mais forte depois que ele é derrotado e banido da Terra-Média para sempre.

Agora, deixando um pouco o simbolismo de lado, e falando somente da estética:

- as armaduras e roupas estão bastante realistas, não têm aquele jeito exagerado que é tão comum nas ilustrações feitas mais recentemente. Elas realmente parecem armaduras e roupas que pessoas daquela época usariam (Idade Média) - exceto, talvez, pela capa de Éowyn, a qual muito provavelmente não seria usada em batalha, por oferecer uma desvantagem tática 

- A guarda da espada é realista: a utilidade da guarda era, além de proteger a mão do espadachim, oferecer a possibilidade de fazer com que o adversário perdesse a arma (ficando presa entre a guarda e a lâmina). 

- A lâmina da espada de Éowyn parece pequena demais, mas isto pode ser só por causa do ângulo da posição em que ela foi desenhada .

- Muito interessante a escolha dos ilustradores de enfatizarem o aspecto "dinossauresco"/"réptil" da montaria do Rei-Bruxo. Normalmente estas bestas são ilustradas com mais ênfase nos aspecto "pássaro". O livro "O Retorno do Rei" descreve os monstros que os nazgûl montam como sendo algo como "aves de um tempo muito remoto, que cresceram em ninhos escondidos nas montanhas frias sob a lua, e que cresceram além de sua natureza através das artes da torre escura" - a passagem do livro é algo próximo do que escrevi.

- cores sóbrias e de aspecto natural, e muito boa a transição entre luz e sombra na metade da figura.




Jovens ilustradores, aprendam com os mestres de outrora. Não permitam que seus trabalhos tenham esse ar tão "artificial", infelizmente muito comum nas ilustrações de hoje em dia.