sábado, 20 de agosto de 2022

Literatura Medieval - A Saga dos Volsungos

Saudações, aventureiros!


Hoje tecerei comentários a respeito da famosa Saga dos Volsungos, um dos principais livros da literatura islandesa.

Sigurd mata o dragão Fafnir (no fundo, Regin, que planeja trair Sigurd)

Recapitulando, as "Sagas" são um gênero literário característico da Islândia medieval. Originalmente eram histórias passadas oralmente de geração em geração, e que passaram a ser escritas a partir da cristianização da Islândia, tendo sido registradas por padres, bispos e vários leigos letrados islandeses que surgiram na época. 

Há vários tipos de sagas (lendárias ou de heróis; de reis; de bispos; sagas cômicas; etc.). 

Este tipo de texto é bastante "direto ao ponto", sem muitas descrições dos lugares e das pessoas envolvidas. Das sagas que eu li até hoje (além da própria Saga dos Volsungos já li algumas contidas nas coletâneas Comic Sagas and Tales from Iceland, da editora Penguin, e Eirik the Red and other Icelandic Sagas, da editora Oxford), percebi que uma característica comum é a história começar um pouco antes do nascimento do protagonista e terminar um pouco depois de sua morte (se for o caso), com as ações de seus descendentes que ocorreram em consequência aos eventos descritos na história.

As Sagas lendárias provavelmente aludiam a grandes feitos e heróis de um passado remoto (dos tempos "míticos") ou de um passado não tão distante mas que teve muita influência na história e na própria psique do povo islandês. Eu diria que tais alusões são "ecos" da realidade, de um passado remoto que moldou a cultura, mitologia e a própria mentalidade do povo.

As sagas lendárias são repletas de figuras de linguagem ("kennings") de forma que não podemos levar tudo o que foi escrito ao pé da letra (e na opinião deste humilde Bardo que vos escreve, nem todos os kennings foram identificados e há outras figuras de linguagem que até hoje passam despercebidas. A leitura desta saga é particularmente confusa em algumas partes).

Conforme veremos adiante, a Saga dos Volsungos também serviu de inspiração para O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.


Eis um breve resumo da saga (quem quiser lê-la sem "estragar a surpresa", não leia mais a partir daqui e volte a ler somente quando eu tecer meus comentários). Embora seja uma história relativamente curta, ela é cheia de detalhes e de personagens, de modo que a leitura do texto completo é bastante confusa e requer muitas idas e voltas pelo texto para realmente entender as relações entre os personagens e os acontecimentos. 

O que vem a seguir é um "resumo bem resumido" da saga:

A história começa contando sobre os ancestrais de Sigurd, que deram origem à linhagem dos Volsungos. O mais importante deles era o Rei Sigmund, o qual teve um filho chamado Sigurd (na Alemanha conhecido como Siegfried), o herói desta saga.

No início é contada brevemente a história de Volsung, o fundador da linhagem. Ele se torna rei de Hunaland (a terra dos Hunos), casa-se com uma valquíria e tem dez filhos, todos homens de altíssima estirpe e superiores a todos os demais homens. 

Um de seus filhos é Sigmund, o qual consegue retirar do tronco de uma árvore a espada Gram, ali colocada pelo próprio deus Odin. 

Odin coloca a espada Gram em um tronco de árvore, na mansão dos Volsungos


Sigmund eventualmente torna-se um rei poderoso, vencendo muitos inimigos em guerras, até que um dia o próprio Odin surge durante uma das batalhas (contra o exército do rei Lygvi) e quebra a espada Gram, fazendo com que Sigmund seja derrotado. Porém, Hiordis, a esposa de Sigmund, grávida, estava escondida em um local seguro, e consegue trocar algumas últimas palavras com Sigmund antes deste morrer. O rei moribundo lhe confia os fragmentos da espada, e pede à sua esposa que parta, pois seu filho está destinado a ser o maior dos homens. Hiordis foge e acaba parando na corte do rei da Dinamarca, onde ela dá à luz Sigurd, o maior dos heróis mitológicos islandeses. 

Sigurd testando a Espada Gram, após esta ser reforjada por Regin

Sigurd cresce e vive em meio à corte do rei Hialprek, da Dinamarca. 

Lá, ele é criado por Regin (muitas vezes retratado como um anão), que o insufla com ambição por poder e riquezas. Ele conta a Sigurd a história de sua família, e como que seu irmão mais velho, Fafnir, egoísta e mau, matou o próprio pai e roubou seu tesouro, tendo se transformado numa serpente (dragão) logo em seguida. 

(esta história é baseada no mito "Otter's ransom", um dos mais célebres da mitologia nórdica e presente nas Eddas Poéticas, o qual merece um post à parte, futuramente. Em suma, este mito conta a origem do tesouro de Fafnir e explica porque tal tesouro é amaldiçoado)

Regin exalta Sigurd para que mate Fafnir, e em troca lhe promete forjar a melhor de todas as espadas. Sigurd aceita a troca.

Regin, honrando sua palavra, acaba forjando duas espadas, uma após a outra, mas nenhuma é boa o bastante para o herói - ambas se partem quando são testadas contra uma bigorna. 

Sigurd então traz os pedaços da espada de seu pai (que haviam sido entregues por ele à sua mãe, antes de morrer), que é reforjada, e com ela o herói corta uma bigorna ao meio, provando o valor da arma. Mas o herói avisa que, antes de partir para matar Fafnir, ele precisa vingar seu pai Sigmund. E com isso embarca em uma jornada para enfrentar o rei Lygvi. 

Sigurd junta um exército e enfrenta o rei Lygvi e seus homens, saindo vitorioso, conseguindo enfim vingar seu pai e provar seu valor. Com isso, Sigurd parte para cumprir sua promessa: ele e Regin vão juntos para onde vive Fafnir, o dragão. 

Secretamente, Regin planeja matar Sigurd para ficar com o ouro do dragão, e dá maus conselhos para o herói,  na esperança de que ele pereça junto de Fafnir.

Porém, no caminho para o covil do dragão, Sigurd é abordado por um misterioso velho encapuzado (ninguém menos que Odin disfarçado), o qual lhe aconselha a cavar várias trincheiras em volta da caverna de Fafnir, para conseguir atingi-lo por baixo, na barriga, e também para que houvesse lugar para o sangue escorrer, caso contrário o herói morreria afogado no sangue do dragão.

Seguindo o conselho que lhe é dado por Odin, Sigurd mata o dragão Fafnir, e este é seu grande feito que o destaca de todos os outros homens e que faz com que a Valquíria Brynhild o considere o único digno de se casar com ela. Já moribundo, Fafnir trava um diálogo no qual tenta enganar Sigurd, mas morre sem conseguir seu intento.


Regin tenta enganar Sigurd após este derrotar Fafnir

Após matar Fafnir, Sigurd bebe um pouco de seu sangue e com isso adquire o poder de entender o que os pássaros dizem. Ele ouve dos pássaros que Regin planeja traí-lo. Assim, Sigurd se antecipa e mata Regin. Então assa o coração de Fafnir e come uma parte, guardando o resto para depois. Apodera-se também do tesouro de Fafnir, e aí começa sua lenta ruína, pois o ouro era amaldiçoado.

Seguindo os conselhos de Odin, Sigurd então parte para onde a valquíria Brynhild estava adormecida, vítima de um  antigo feitiço. Sigurd a desperta, e a valquíria lhe concede sabedoria mágica, e ambos trocam juras de amor. Posteriormente, Sigurd encontra Brynhild novamente, mas desta vez ela se mostra ambígua, profetizando que Sigurd se casará com Gudrun, filha do rei Giuki. Sigurd então lhe dá um anel de ouro (talvez o anel Andvaranaut, do espólio de Fafnir, e portanto, amaldiçoado. Mas a saga não deixa claro se se trata deste anel)

Sigurd encontra Brynhild

Quando um dia Sigurd chega à corte do rei Giuki, a rainha Grimhild  fica impressionada com o herói e suas façanhas lendárias e decide que sua filha, a princesa Gudrun, precisa tê-lo como marido. A rainha então lhe dá uma poção que faz com que o herói se esqueça de seu amor pela valquíria Brynhild, de forma que Sigurd casa-se com Gudrun, cumprindo assim a  profecia que a valquíria havia lhe feito. Com isso, Sigurd vira irmão de juramento dos filhos do rei Giuki.

A rainha Grimhild também resolve casar seu filho Gunnar com a valquíria Brynhild. Até mesmo Sigurd aceita a ideia, e traça um plano com Gunnar para que ele consiga a mão da valquíria. 

No entanto, o pai de Brynhild, o rei Budli, diz que somente poderá se casar com sua filha aquele que conseguir atravessar as chamas que cercam a mansão onde ela mora. Gunnar está disposto a atravessá-las, mas seu cavalo não. Ele monta no cavalo de Sigurd, mas este também se recusa a atravessar a barreira. Sigurd resolve ajudar seu irmão jurado: assume magicamente a forma de Gunnar e atravessa a barreira de fogo, pedindo a valquíria em casamento. 


Gunnar e Sigurd na barreira de fogo


Brynhild se surpreende com o fato de seu pretendente não ser Sigurd (lembre-se de que ele estava magicamente disfarçado de Gunnar), mas sabe que é moralmente obrigada a cumprir o juramento de se casar com quem atravessasse a barreira de fogo, e aceita casar-se com Gunnar. 

No casamento, Sigurd lembra-se de seu amor por Brynhild, mas sabe que não pode fazer mais nada a respeito, por já estar casado com Gudrun  e por não poder trair seu irmão de juramento, Gunnar.

Eventualmente Brynhild percebe que foi enganada e lamenta não ter se casado com o grande herói Sigurd, e se sente recalcada por ter que se juntar a um "herói de segunda classe" como Gunnar. Além disso, tem ciúmes de Gudrun por esta ter se casado com Sigurd (o qual era de Brynhild por direito, na opinião desta). 

Brynhild se torna melancólica e rancorosa, e renuncia à felicidade, praticamente morrendo aos poucos. Exige que seu marido Gunnar mate Sigurd. Gunnar fica num dilema, pois Sigurd era seu irmão jurado e amigo, e traí-lo significaria quebrar a lei sagrada dos laços familiares, além de trazer desonra para si próprio e sua descendência. 

Porém, o amor falou mais alto, e Gunnar resolve matar Sigurd usando seu irmão Guttorm, o qual não havia jurado irmandade com o herói. Guttorm consegue matar Sigurd, mas também é morto pelo herói em seus últimos momentos. A valquíria Brynhild se mata logo em seguida, exigindo ser cremada junto de seu amado Sigurd.  


Com isto, termina a história de Sigurd, o maior herói lendário da mitologia nórdica.

Com suas últimas forças, Sigurd mata seu algoz, Guttorm


Após isto a saga dos Volsungos conta o que acontece com Gudrun e seus descendentes, bem como com Gunnar e sua família. Todos eles sofrem a influência da maldição do tesouro de Fafnir, em maior ou menor grau.

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Agora, analisando a saga:

Todos os personagens da história eram "pessoas da época", ou seja, seria extremamente injusto julgá-los com os olhos da atualidade. 

Se considerarmos os padrões morais judaico-cristãos, não haveria um só "herói" nesta história, nem mesmo Sigurd -  pois ele cometeu vários atos cruéis e moralmente reprováveis na saga. Entretanto, seus feitos narrados faziam parte dos costumes do povo e da época retratada, e provavelmente eram coisas normais e aceitáveis à época e para aquela cultura.

Era normal, portanto, que a vingança fosse estendida aos descendentes da pessoa, mesmo que fossem somente crianças. Até mesmo Sigurd mata algumas crianças na história, tudo por vingança contra seus inimigos (e, de certa forma, também para impedir que os descendentes de seus inimigos eventualmente tentassem se vingar dele ou de seus descendentes)

Havia coisas como juramentos de sangue, alianças feitas através de casamentos, etc. Todas estas coisas funcionavam como contratos não escritos que vinculavam as pessoas, de modo que através de um juramento ou casamento, os membros das duas famílias tornavam-se parentes, e desta forma deveriam se ajudar inclusive em vinganças (há uma saga islandesa chamada Hen Thorir [Hænsna-Þóris saga] em que tal artifício é usado: em dado momento, um dos personagens se casa com a filha de um fazendeiro para forçar aquela família a ajudá-lo em sua vingança - é de certa forma engraçado o momento da história em que o pai da noiva percebe que foi feito de trouxa e estava moralmente obrigado a ajudar na vingança por conta do laço familiar que acabara de ser criado)


O que provavelmente inspirou J. R. R. Tolkien nesta história?

- O dragão Fafnir, dormindo em cima de seu tesouro, provavelmente foi a inspiração-mor para Smaug, que também era um dragão ganancioso que dormia em cima de uma pilha de tesouros.

- A fala maliciosa de Fafnir e o modo como o dragão tenta enganar Sigurd em seus últimos momentos de vida também evidenciam que esta foi a inspiração para Smaug, não somente na forma, mas também no estilo do personagem.

- A espada de Sigurd, Gram (conhecida também como Balmung na versão alemã da lenda), que pertenceu a seu pai Sigmund foi a inspiração para Andúril: uma espada pertencente a um grande rei do passado, que foi quebrada e depois reforjada para servir ao herói da história.

- O anel amaldiçoado de Fafnir (Andvaranaut) certamente foi uma das inspirações para o Um Anel. Porém a maldição do anel de Fafnir na saga é algo muito mais sutil que a maldição do Um Anel. Podemos interpretar que o anel do dragão influenciou os acontecimentos trágicos  na vida de Sigurd posteriores à derrota de Fafnir, mas isso não é algo explícito - os infortúnios simplesmente vão acontecendo. O fato do anel ser amaldiçoado não é algo relembrado muitas vezes ao longo da saga - cabe ao leitor manter isto em mente durante a leitura.


22 comentários:

  1. Essa é uma história muito interessante e, como bem disse, deve ser lida entendendo o contexto e cultura da época em que foi escrita. Nas Sagas, é muito comum termos heróis extremamente poderosos e corajosos, mas que cometem atos que, para nossa moralidade, baseada em preceitos judaico-cristãos, são hediondos. Mas mesmo assim, é interessante notar nessas histórias que princípios universais, como a "causa e consequência", sempre são respeitados. Sigurd é um ótimo exemplo disso. Beowulf é outro personagem que sofre muito por conta de escolhas ruins que fez ao longo de sua vida. Isso, em minha opinião, é algo que torna as Sagas histórias interessantes de serem lidas; sim, os "heróis" são tremendamente poderosos, mas por se deixarem levar pela própria glória, cometem erros, e estes erros invariavelmente voltarão para assombrá-los. Não deixa de ser uma lição de vida...

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    1. Obrigado pelo comentário, nobre Odin.
      Os heróis lendários da mitologia nórdica costumavam ter este lado bastante humano das más escolhas. Se você pegar até mesmo as sagas de pessoas comuns, verá que várias das histórias são desenroladas em torno de uma só má decisão ou um só mau ato de alguém (um bom exemplo disso é a saga de Hen Thorir, mencionada no texto... tudo começa porque ele, só de birra, se recusa a VENDER um pouco de palha para um chefe de clã vizinho que estava precisando muito da palha para que seus cavalos sobrevivessem ao inverno... o chefe de clã, extremamente necessitado, pega a palha à força, mas deixa o dinheiro no depósito, mas mesmo assim Hen Thorir resolve acusá-lo de roubo perante a assembleia geral da Islândia, e daí vai uma série de eventos trágicos envolvendo as duas famílias... Pretendo um dia escrever um post sobre esta e outras sagas!)

      Depois veja este meu outro post (bem resumido) falando sobre sagas islandesas de um modo geral:
      https://bardodanevoa.blogspot.com/2021/10/literatura-medieval-as-sagas-nordicas.html

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    2. Sim, tem toda razão, nobre bardo. E verei sim seu outro post.

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  2. Gronark, O Senhor do Sofrimento22 de agosto de 2022 às 15:15

    É inútil estudar sagas e mitologias antigas, bardeco! As antigas histórias e contos épicos já estão sendo "revisados" para não ofender as sensibilidades modernas e terem mensagens progressistas com a finalidade de padronizar todos os mitos e narrativas. Isso irá criar uma geração de pessoas patéticas incapaz de ter um imaginário saudável e serem mais suscetíveis a manipulação dos poderes do CHAOS! HAHAHAHAHAHA

    Muitas histórias e franquias já estão sendo "re-imaginadas"! "1984" vai ser reescrito mostrando uma mulher forte lutando contra uma sociedade patriarcal. A Terra Média de Tolkien já está corrompida devido ao neto do professor ser um fraco vendido, tanto que veremos a abominação da Amazon e as cartas de Magic cuja as artes trocaram as etnias de personagens centrais além de parecer ilustrações sem vida que agora empestam D&D! Até mesmo sagas históricas também serão modificadas, veja "Vikings: Valhala por exemplo. Uma obra prima da ruína! HAHAHAHAHAHA

    Falando no rpg, agora irá haver o ONED&D! Que irá destruir completamente o legado de Gygax e Arnerson! Pois agora o D&D irá se tornar um mero veiculo panfletário do CHAOS! HAHAHAHAHA

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    1. Não adianta, gronark, lacaio do caos, lambedor de botas do satanás... no fim o bem sempre vence, pois o mal já nasceu derrotado! É graças à iniciativa de centenas, milhares de pessoas esclarecidas que as boas tradições serão mantidas e conservadas, dando origem a virtudes e bênçãos que florescerão no mundo do amanhã, o mundo pelo qual todos lutamos! O caos é temporário. A ordem divina é eterna. Venha para a luz, gronark, ainda há tempo de se salvar! Arrependa-se!

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    2. Maldito Gronark, a "revisão" que seus cultistas corruptos (incluo aqui o neto de Tolkien, que vendeu o legado do avô sem nenhum tipo de cuidado e dignidade) andam fazendo logo será desmascarada e vocês precisarão voltar a se esconder nas sombras. Suas "interpretações modernas" dos clássicos logo cairá por terra, junto com toda a podridão que você está espalhando no ocidente!

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  3. "Venha para a luz, gronark, ainda há tempo de se salvar! Arrependa-se!"

    Não sei...
    Quanto de "verdade" há nessa frase bardônica diante da própria transcrição da saga apresentada ?
    Quantos dos envolvidos ali, e que estavam inebriados com os perfumes enganosos das trevas, resolveram livrar-se dos cadeados a que estavam atados e que lhes fizeram tão subservientes aos poderes caóticos ?

    Sou cético no tocante a tais conversões baseadas na mera apelação ao bom senso hodierno. A vida e suas agruras, muito mais do que reflexões sensatas, sempre foi o bálsamo amargo capaz de dissuadir certos espíritos recalcitrantes. E, mesmo assim, um bálsamo de eficácia bastante restrita.

    Lreuckröhr

    No exercício da Nobre Função de Cumpridor dos Superiores Decretos

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    1. P.S.: vide como outro exemplo o próprio Gronark.
      Que apenas se ri de tuas advertências, ó Bardo !

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    2. kkkkkkk sempre foi assim! As crianças sempre precisam de historinhas para entender de forma simplificada a realidade que as cerca. O mal, no fundo, é oriundo da ignorância acerca da realidade das leis divinas e do propósito da vida.
      Ademais, uma coisa ruim desta era (será que também de todas as outras que vieram até hoje?) as pessoas costumam pensar muito no "tudo ou nada" e esquecem do imenso golfo que compõe o "meio-termo", vide vosso comentário, Lreuckröhr. É que nem aquela história do menino e as estrelas do mar. "Ah, você nunca vai conseguir salvar todas! desista!", ao que o nobre menino responde "pode ser, mas para esta aqui meu gesto faz toda a diferença".
      Arrependa-se, Lreuckröhr! Venha para a luz! Ainda há tempo!
      =)

      (como se pronuncia? Li-rêu-crêr? É um anagrama para alguma coisa?)

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    3. Interessante reflexão. No Zoroastrismo, o Bem é visto como a Sabedoria, a Ordem e a Verdade. O Mal é representado como a Ignorância, Caos e Mentira. É como se tudo o que gera o mal e é gerado dele fosse uma ilusão, uma distorção da Verdade da criação. E como tal, está fadada a cair perante a luz da ordem e da sabedoria divina.

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    4. Isso mesmo, o mal está fadado a cair e já nasceu derrotado porque ele é oriundo da ignorância, é um desvio da Verdade. No lento marchar das eras, mesmo o coração maligno mais empedernido há de se curvar diante da Verdade.

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    5. "O mal, no fundo, é oriundo da ignorância acerca da realidade das leis divinas e do propósito da vida."

      Ainda crêdes nessa fábula, Bardo ?
      E a ela tu ainda enalteces ?

      Entre analfabetos e iletrados do passado, cujo tempo para tecer alguma reflexão se esgotava em trabalhos árduos ou na bebedeira para dissipar a desilusão, tal crença até que se estabelecia aliada a seus lados.
      Porém, exerça o orgulho que tu mostras na razão !
      Onde há, neste presente mundo de degredo, qualquer espaço para alguém ainda invocar a "ignorância acerca da realidade das leis divinas e do propósito da vida" como tábua de salvação ? Pode-se perdoar quem despreza os frutos do seu próprio erro ?

      Quando a informação se escancara aos olhos de todos e de nenhum mortal se esquiva, não importando-lhe a idade, não há mais desculpas para o que se trata da velha e simples omissão - sempre de mãos bem dadas com as facilidades da preguiça.

      Lreuckröhr

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  4. Andais por demais repousando tua fronte sobre fábulas ilusórias, Bardo. A ponto de te tornardes facilmente permeável ao que prontamente se nos oferece o implacável juízo dos sentidos - muito embora isto fora tantas vezes registrado na História como uma pedra de tropeço, por das mais sensatas rédeas encontrar-se desprovido !

    Falais com desenvoltura em termos que só se aplicam aos que se arrastam pesadamente pela Terra em busca da conquista de outros míseros e insignificantes dias.
    No entanto, Bardo, a realidade vai além dessas comodidades que tu evocas como que para te distrairdes - ou então justificar-te ante a preguiça dos sentidos.
    Dizei, portanto, ao Sol para brilhar somente pela metade da força quando tu estiverdes enfatuado no deserto escaldante ! Ou alertai às feras para que exerçam contra suas presas apenas metade da fome que carregam no íntimo das entranhas ! Tu tens noção de economia ou algum indício em teus registros ? Então respirais por apenas um terço de tuas necessidades quando avançardes para o alto das montanhas !

    Dessas fábulas que a tua estirpe humana sempre acalentou, resta pouca utilidade no mundo real, Bardo. E se ainda replicas ao aludir que o "Homem é a medida de todas as coisas" ou que a sabedoria reside no "Caminho do Centro", onde fica a aplicação desses princípios desde que o homem é homem - em seu legado no presente tanto quanto naquele do passado ?

    Resumindo, tens no mundo este fardo : nem os da tua própria espécie, como é fato, crêem nas fantasias que engendram a fim de posarem de portadores de virtudes que somente enfeitam os incautos para que se pareçam menos tolos...ou fracassados.
    É o que declaro !


    Lreuckröhr

    No exercício da Nobre Função de Cumpridor dos Superiores Decretos

    (Pronúncia : "Lêr-éou-crôorr".
    Significado : de onde provenho, todo nome está indissociavelmente ligado à uma função - a qual, consequentemente, confere ao nomeado um cargo e uma tarefa principal, enquanto o mesmo estiver sob o contexto de uma determinada realidade existencial.
    Neste caso, Lreuckröhr, significa "Aquele que Observa o Evasivo". Automaticamente, Lreuckröhr é aquele que tem como tarefa - e inarredável obrigação - denunciar tudo e todos que se ocupem de dissimulações - para que sejam derrubados em seus intentos.
    Sem nenhuma compaixão).

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    1. P.S.: o comentário acima é uma alusão ao trecho da resposta em que tu, ó Bardo, declaras : "as pessoas costumam pensar muito no "tudo ou nada" e esquecem do imenso golfo que compõe o "meio-termo".
      Ocorreu um erro em meu comentário. Assim, onde se lê "A ponto de te tornardes facilmente permeável..." leia-se impermeável.

      Lreuckröhr

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    2. Gronark, O Senhor do Sofrimento25 de agosto de 2022 às 10:04

      Saiba que os senhores do CHAOS estão a olhar para você com "bons olhos", Lreuckröhr! Continue a destruir a fraca narrativa do bardeco com a impiedosa verdade até que ele dobre os joelhos e aceite os poderes da ruína como seus senhores! HAHAHAHAHAHAHA

      Se lembre, bardeco! O "Bem e o Mal são mentiras! A Ordem é uma ilusão! Apenas o CHAOS liberta!" HAHAHAHAHAHAHAHA

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    3. "O Bem e o Mal são mentiras! A Ordem é uma ilusão! Apenas o CHAOS liberta!" - típica frase de derrotado fracassado! Só atesta o quão rasos são os argumentos do mal, que só encantam adolescentes revoltados, pessoas mal-amadas e estúpidos em geral... Aquele que se julga sábio por dizer tais sandices é na verdade um tolo que está sendo enganado pelo próprio pai da mentira...

      Lreuckröhr parece que deixou o gerador de lero-lero ligado! E a pronúncia do seu nome parece o som que eu faço quando vomito... Entendo muito mais de economia do que imaginas e, sim, o homem É a medida das coisas, pois aqui fomos colocados para sermos os zeladores do jardim do Senhor. Somos os zeladores da Terra, jardineiros, fazendeiros, criadores, cuidadores, descobridores... Tais são as vocações da humanidade!


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    4. "Lreuckröhr parece que deixou o gerador de lero-lero ligado! E a pronúncia do seu nome parece o som que eu faço quando vomito..."

      Grato, Bardo !
      Tua fútil e rasteira manifestação apenas corrobora o conselho que foi dado por um de seus tutores (embora há séculos já tenha sido algo corrente entre aqueles da minha - como diria tu do alto da tua fanfarronice - corja) : "Não Atireis Pérolas Aos Porcos".

      Conselho mais atual do que nunca, tu, Bardo, nos revelastes !

      Vomitastes ao conhecerdes a pronúncia do meu nome e o significado de meus títulos ?
      Pois grato novamente por demonstrares quão baixo e rasteiro se revela o teu nível, posto que logo antes haveis demonstrado muito interesse - quase um deslumbre - em procurar conhecer a exata pronúncia de meu nome !!!

      E já que o assunto é nome, surpreende-me que, do nível em que te encontras, venhas tu falar em nome da humanidade, como tão presunçosamente no final de seu comentário verdadeiramente vomitastes !!!

      "Saiba que os senhores do CHAOS estão a olhar para você com "bons olhos", Lreuckröhr! Continue a destruir a fraca narrativa do bardeco com a impiedosa verdade até que ele dobre os joelhos e aceite os poderes da ruína como seus senhores!"

      Salve, Gronark, lorde imperioso de todas as forças destruidoras - dentre as quais se encontram aquelas que derrubam o orgulho e aniquilam a vaidade !
      A presença dos desígnios do CHAOS, em todos os projetos universais é amplamente reconhecida entre aqueles de qualquer estirpe que não se deixam limitar pelos delírios emocionais das meras caricaturas humanas.
      Por mim, eu já deixaria esse "Bardo da Névoa" afogar-se em seu próprio vômito verborrágico inútil e sem conteúdo - como ele mesmo se auto denunciou aqui.

      Entretanto, como um agente que combate implacavelmente a dissimulação sempre quando oculta em falsas verdades (pois este é o significado de Lreuckröhr), não tenho como deixar de considerar teu incentivo, Gronark, quando dissestes : "Continue a destruir a fraca narrativa do bardeco com a impiedosa verdade..."

      Eis aí um grande exemplo das tais forças destruidoras tão bem apreciadas entre todos os sensatos !!!

      Quanto ao restante de vossa frase : "...até que ele dobre os joelhos e aceite os poderes da ruína como seus senhores", duvido muito que tal demonstração de modéstia e humildade para com aquilo que se demonstra ser superior possa fazer parte da pseudo virtude desse indivíduo.

      Lreuckröhr

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    5. kkkkkk patife! Acho que me confundiu com alguém! Aqui é o Bardo da Névoa, e não o "Paladino" da Névoa, e nem o "Clérigo" da Névoa! Espere chistes e pilhérias de minha parte!

      E, a tempo, meu interesse pela pronúncia de vosso asqueroso nome, "leréucrô," é meramente acadêmico... sendo um bardo, preciso saber um pouco de tudo, e de tudo um pouco, e um de meus interesses é a filologia. A filologia me ajuda a escrever contos e poemas.

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    6. "Espere chistes e pilhérias de minha parte!"

      É pra rir, Bordel da Nébula ?

      De tua parte, só isso mesmo é o que tens a ofertar - tanto quanto a receber !

      Lreuckröhr

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    7. Ih, olha lá, o capetinha liréucrô sentiu...

      "Bordel da Nébula" kkkkk gostei, mas esperava mais, confesso.

      (E aposto que teve que procurar no dicionário o que significa "chiste" e "pilhéria" kkkkkk)

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    8. Uaahhhhh !!! 🥱

      Tu já estais ficando cansativo, Bordel da Nébula ®

      Por sinal, não foi nenhuma surpresa que tenhas ficado tão contente com este teu novo registro de tratamento, pois, realmente, ficou na precisa medida do teu nível - mesmo ainda estando aquém da tua própria expectativa !

      Francamente !!!

      Quanto ao significado de chistes e pilhérias, o mais provável, diante de todos os fatos, é que seja tu mesmo quem avidamente se debruças sobre o dicionário a fim de procurar rebuscar o vômito verborrágico que lhe é peculiar !

      E como se isto ainda não bastasse, é simplesmente deprimente mencionar o favelístico "kkkkkkk", que tu usas de modo contumaz em tuas réplicas deficientes - tanto de estilo...quanto de classe.

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    9. P.S.: Lreuckröhr

      (Quando até já me esqueço de assinar embaixo, é porque o destinatário foi rebaixado a reles peça de adereço)

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