domingo, 15 de janeiro de 2023

Reinos Esquecidos - Burgúndia


A Burgúndia, também conhecida como Reino da Borgonha, foi um reino localizado no  atual território da França e que existiu e deixou de existir ao menos três vezes durante a História.

Alguns historiadores dizem que sua origem se deu no século V.

Dizem que os burgúndios eram um povo de origem escandinava e que acabou se instalando em um local sob influência da França e dos reinos germânicos. Há teorias também de que eles eram originalmente povos nômades das estepes asiáticas e que se estabeleceram na Europa central.

Outrora a Burgúndia eram na verdade três reinos (Alta Burgúndia, Baixa Burgúndia e Ducado da Burgúndia). Alta e Baixa Burgúndia se uniram e acabaram sendo incorporados ao Sacro Império Romano-Germânico. O Ducado, por sua vez, foi anexado ao Reino da França, por volta do ano 1.000.

O rei da França à época, João II, nomeou seu filho Felipe Duque da Burgúndia, dado o seu heroísmo na Batalha de Poitiers. Felipe o Bravo, como ele ficou conhecido, casou-se com Margareta, herdeira do Condado de Flandres. Tal território foi anexado aos domínios burgúndios. Felipe foi um governante bastante competente do ponto de vista diplomático e administrativo. Houve muita prosperidade na Burgúndia naquela época, o que fez com que se tornasse um território bastante rico, rivalizando com a realeza francesa.

O sucessor de Felipe, o Bravo, conhecido como João, o Destemido (sua alcunha provém da bravura demonstrada na Batalha de Nicopolis, na qual suas tropas auxiliaram o rei da Hungria contra as forças do sultão Bayezid, do império Otomano), adotou uma política externa bastante agressiva, sendo um ótimo líder no quesito militar e também no campo da "guerra política": aproveitando-se da instabilidade da época (para contexto: o rei da França era Carlos VI, conhecido como "o louco", e no campo internacional estava ocorrendo a famosa Guerra dos 100 anos entre França e Inglaterra) ele encomendou o assassinato do Duque de Orleans, herdeiro do trono francês, o que culminou numa guerra civil. A nobreza burgúndia soube se aproveitar deste cenário para expandir seus domínios sobre a França, fazendo com que muitas cidades do norte francês passassem para a bandeira burgúndia. Jean chegou a conquistar Paris, instalando-se na capital.

Porém, tal movimento também resultou em seu assassinato, em 1419: a mando do futuro rei da França, Carlos VII, uma suposta negociação de paz com Jean foi combinada, a ocorrer na ponte de Montereau. Lá, Jean foi assinado pelos homens de Carlos VII. Seu sucessor, Felipe III, também conhecido como Felipe, o Bom, firmou alianças com a Inglaterra (na época sob o reinado de Henrique V), o que contribuiu para prolongar a Guerra dos Cem Anos.

Sob o domínio de Felipe, o Bom, o território da Burgúndia cresceu enormemente, com a anexação de Luxemburgo, Brabante, dentre outros, além de manter diversas cidades importantes sob sua influência. Felipe manteve a Burgúndia em guerra com a França por mais duas décadas. Sua corte tornou-se uma das mais ricas e prósperas da Europa, e Felipe foi um grande patrocinador das belas-artes em seus domínios. 

O sucessor de Felipe foi Carlos, o Bravo, o qual rompeu a tradição diplomática de seu pai e trilhou o caminho da guerra - seu sonho era ter seu próprio Reino (a Burgúndia era, tecnicamente, um Ducado). Lutou em muitas batalhas, mais do que seus antecessores, e conquistou o Ducado de Guelders, incendiou a cidade de Liege e sufocou revoltas na Alsácia-Lorena. Foi morto aos 44 anos, na batalha de Nancy, em 1477, nas mãos de mercenários suíços. Sua única herdeira, Maria, casou-se com Maximiliano, da casa dos Habsburgos. Isto marcou o início da transferência dos territórios da Burgúndia para o Sacro Império Romano-Germânico. Muito mais tarde, nos idos de 1678, o que restou do território da Burgúndia foi transferido para a França. 

Só o que restou deste curioso país foi sua ordem de Cavalaria, a Ordem do Tosão de Ouro, a qual perdura até hoje.



4 comentários:

  1. Muito interessante, nobre bardo. Eu não conhecia este pequeno e breve reino. Irei pesquisar mais sobre a Ordem do Tosão de Ouro, obrigado por compartlhar!

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    1. Valeu, Odin! Eu também não conhecia a Burgúndia (e acho que quase ninguém no Brasil conhece), mas já a vi em vários cenários de Age of Empires II (e acho que ela é até uma civilização jogável na versão mais recente) e é mencionada em algumas sagas nórdicas que eu li. Acho interessante ler um pouco sobre esses reinos e países que deixaram de existir, principalmente os da Europa na Idade Média... isso dá uma ideia mais ampla de como era o mundo daquela época! Quando puder, leia os outros posts da série dos Reinos Esquecidos: eu escrevi sobre o Ducado de Guelders e sobre a Frísia.

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  2. Gronark, O Senhor do "Amor"16 de janeiro de 2023 às 12:05

    É inútil pesquisar sobre reinos, instituições e pessoas do passado, bardeco! A glória do modernismo progressista está apagando o passado "odioso" e substituindo por um movimento de muito "amor", pluralidade", "cientificismo" e "tolerância" moderna! Pode se ver que agora a igreja é vilanizada em qualquer história, que há pessoas de todas as etnias em papéis de figuras históricas, vide "Vikings: Valhalla", que eram as mulheres as guerreiras matriarcais que lutaram contra o patriarcado opressor. Não nos esquecemos que foi descoberto que foram os Astecas que destruíram Roma! Além disso, agora querem proibir a identificação de sexos das ossadas encontradas para não "ofender as pessoas". Vamos, abandone todos seus valores obsoletos e odiosos para abraçar o "amor", Bardo, HAHAHAHAHAHA

    Saiba que todo material que você criar agora para D&D irá passar pelos meus servos no "conselho de diversidade" da Wizard. Seu trabalho terá que incluir temas como "orc smut" de Lionel Hart e a politica "identitarista trans-espécie" de Connie Chang. Afinal, a própria Wizard disse que essa "censura do bem' é para impedir o "ódio" e a "intolerância cresçam no meio da "comunidade". Sem falar que eles poderão se apropriar do seu material se gostarem do seu trabalho! Tudo em nome do "amor"! HAHAHAHAHAHAHAHA

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    1. Como vossa excrescência disse, muitas atrocidades são cometidas em nome do "amor". Mas, guarde minhas palavras: o mal já nasceu derrotado! Arrependa-se enquanto é tempo, diabrete!

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