Lá fora tinha (tem?) a Dragon, que aqui foi lançada brevemente pela Abril Jovem, mas não durou muito tempo.
A revista de RPG que fez mais sucesso por aqui existe até hoje sob o título em português "Dragão Brasil", e hoje em dia é só digital e depende de financiamento coletivo (na minha opinião, o futuro do mercado editorial de periódicos é ficar atrelado a um "apoia.se" da vida)
Essa revista fez (e faz) a alegria de muita gente desde os anos 90 (que eu acho que foi a época do auge do RPG no Brasil)
Embora eu tenha descoberto os jogos de RPG naquela época, eu não virei leitor da revista, embora tenha tido vontade.
Vou explicar o porquê.
O problema dessa revista aqui foi que deram muita ênfase aos animes dos anos 90, mangás, etc. fazendo com que a revista parecesse focada nisso, e não em RPG. Do ponto de vista do marketing, os editores fizeram bem, pois o público dos animes era maior que o público do RPG (e eu acho que ainda é).
Porém, a maioria das capas era meio cringe (as dos EUA também eram, mas tinham várias com artes de fantasia medieval muito bem feitas), o que me fazia ter uma certa vergonha de comprar a revista.
Eu lembro de ter querido ler a Dragon Magazine por causa do encarte da editora Abril que veio no meu kit First Quest. A propaganda que veio no encarte era essa:
Capa da Dragon Magazine nº 1 |
Um dia saí de casa e fui até um jornaleiro, disposto a comprar a revista. Porém, a revista Dragão que eu vi na banca foi essa aqui:
Nada contra a revista em si, mas era completamente diferente do que eu esperava. Onde é que estava o cavaleiro medieval de armadura? E o dragão? E os castelos e masmorras?
Eu nem gostava de Samurai X, e achei a capa um tanto ridícula por causa disso.
Resultado: não quis comprar.
Se o exemplar que eu tivesse visto tivesse sido ao menos um de Dragon Ball Z ou de Cavaleiros do zodíaco ou Yu Yu Hakusho (animes que eu gostava de assistir), talvez eu tivesse comprado, mas ainda assim acho que não. De qualquer maneira, eu não curtia Samurai X. Fora o fato de que eu estava esperando encontrar uma revista com uma capa de fantasia medieval, e não de anime.
Acho que quando a arte pega muito pro lado anime ela fica cringe e me afasta. Esse é um dos motivos pelos quais eu nunca quis comprar nenhum dos livros do RPG "Tormenta".
Eu sei que (geralmente) é bobagem julgar um livro (ou até uma revista) pela capa, mas sempre fui assim. Se não curto a arte de um livro, provavelmente não me sentirei atraído por seu conteúdo. E convenhamos que a estética é algo importante: se eu posso fazer um livro que além de um conteúdo bom ainda tenha uma capa boa e agradável de se olhar e que de certa forma enfeite a estante do dono, então porque eu optaria por uma capa feia ou bizarra?
Por exemplo, cliquem aqui e vejam como foi infeliz a escolha da editora para a capa de "A canção de Susanah", o 6º volume da série da Torre Negra, do Stephen King (uma série bem capenga na minha opinião, bem quista por metade dos fãs da "bibliotecária velha", e odiada pela outra metade)
Sério, nessa foto ele ficou mesmo parecendo uma bibliotecária velha, ou uma tia solteirona que mora sozinha com os gatos. |
Se Tormenta tivesse ilustrações mais sóbrias e sérias, ou se fosse um estilo anime com traços não tão excessivamente "de anime", talvez eu tivesse comprado algum dos livros quando era adolescente (e era fácil encontrar Tormenta na livraria Saraiva, ao contrário de D&D). Tormenta pode ser bom e eu posso ter perdido a chance de jogar um RPG bacana por causa das ilustrações das capas? Sim, mas fazer o quê... Como eu já disse, a estética é muito importante.
Enfim, confraria do RPG Old School.... Conforme escrevi no início do post, a revista Dragão Brasil ainda existe, e está no apoia.se. Quem quiser ir lá e apoiar para ler a revista, é só clicar neste link.